Lembra dos dias em que a publicidade era apenas sobre jingles cativantes e slogans inteligentes? Esses dias se foram! A tecnologia levou a publicidade a um nível totalmente diferente, um desses avanços é o advento do deepfake.
Criada pela AlmaBBDO, a campanha de comemoração dos 70 anos da Volkswagen está causando um verdadeiro rebuliço na internet e não somente porque é uma belíssima peça publicitária mas por usar e abusar do deepfake, o “malvado favorito” da vez.
Entenda o que é o deepfake e por que o seu uso é tão controverso.
Definindo a Tecnologia Deepfake
Você provavelmente está se perguntando, o que é deepfake? Bem, deepfake é uma tecnologia de inteligência artificial (IA) sofisticada que cria vídeos hiper-realistas superpondo imagens ou vídeos existentes em mídias de origem. Essencialmente, pode fazer parecer que alguém disse ou fez algo que não fez. Impressionante, certo?
Então, como funciona o deepfake? Sem entrar nos detalhes nerds, ele utiliza algoritmos de aprendizado de máquina, especificamente Redes Adversariais Generativas (GANs), para imitar a aparência e a voz de um indivíduo. Imagine como uma IA aprendendo a desenhar o rosto de uma pessoa estudando milhares de suas fotos.
Deepfake na Publicidade: Uma Nova Era
Na publicidade, o uso da tecnologia deepfake cresceu tremendamente, como uma semente se transformando em uma árvore poderosa. Você pode estar se perguntando, como? Vamos mergulhar fundo.
A evolução do deepfake na publicidade não é menos do que uma emocionante montanha-russa. Começou como uma ferramenta simples usada para diversão inofensiva ou efeitos cinematográficos. Hoje, é uma solução inovadora usada pelos profissionais de marketing para criar anúncios convincentes e interativos.
Intrigantemente, houve vários estudos de caso de publicidade deepfake como a campanha da KFC UK, onde o Coronel Sanders foi imitado pelo ator de Game of Thrones, Kristian Nairn e o anúncio da Pepsi apresentando um deepfake de Steve Carell? Essas campanhas exemplificam o poder do deepfake na criação de anúncios impactantes.
Elis Regina e Maria Rita emocionam em nova propaganda
A propaganda recém-lançada da Volkswagen, que utiliza a tecnologia deepfake para ressuscitar a icônica cantora Elis Regina, tem despertado grande interesse e discussão.
A habilidade de trazer de volta uma artista tão amada e talentosa, através de uma combinação de inteligência artificial e imagens sintéticas, é ao mesmo tempo fascinante e controversa. Por um lado, a propaganda é uma demonstração impressionante do poder da tecnologia e seu potencial para criar experiências emocionantes e nostálgicas.
Por outro lado, levanta questões éticas sobre o uso de deepfake e a manipulação da imagem de uma pessoa falecida para fins comerciais.
Essa iniciativa da Volkswagen, ao trazer Elis Regina de volta à vida virtualmente, também gera reflexões sobre o futuro do entretenimento e da publicidade. O uso de deepfake abre um leque de possibilidades, permitindo que artistas e personalidades históricas sejam “revividos” digitalmente.
No entanto, a questão central que surge é até que ponto devemos ir nesse caminho, e como garantir que a tecnologia seja usada de maneira ética e responsável, respeitando a memória e a imagem das pessoas envolvidas.
A propaganda da Volkswagen certamente desperta fascínio, mas também nos lembra da necessidade de uma reflexão mais profunda sobre os limites e implicações dessas tecnologias emergentes.
Prós e Contras do Uso do Deepfake na Publicidade
Como qualquer tecnologia, o uso do deepfake na publicidade carrega benefícios e riscos.
Por um lado, a publicidade deepfake oferece benefícios extraordinários. Abre a porta para a hiperpersonalização, permitindo que as marcas criem mensagens personalizadas para cada consumidor. Imagine sua celebridade favorita convidando você pessoalmente para experimentar um novo produto! Além disso, permite o ressurgimento de ícones. As marcas podem trazer de volta personalidades famosas, há muito tempo desaparecidas, para se conectar com o público de uma forma nostálgica e poderosa.
Por outro lado, existem sérios desafios e riscos. As questões éticas encabeçam a lista, pois o deepfake pode potencialmente infringir os direitos individuais de imagem. Além disso, pode levar à disseminação de desinformação, resultando em problemas de confiança entre os consumidores.
Além disso, as implicações legais são, na melhor das hipóteses, obscuras. Embora alguns países tenham leis de proteção contra roubo de identidade, eles podem não necessariamente cobrir questões relacionadas a deepfakes. Essa ambiguidade legal representa um desafio significativo tanto para anunciantes quanto para consumidores.
Regulando o Deepfake na Publicidade
Navegar pelas águas da tecnologia deepfake é uma tarefa que requer um equilíbrio delicado entre promover a inovação e proteger os direitos individuais.
Atualmente, a paisagem legal em torno de deepfakes na publicidade ainda está se desenvolvendo. Alguns países começaram a implementar leis para combater o uso malicioso de deepfakes, mas a eficácia dessas regulamentações ainda está para ser vista.
Quanto às implicações futuras, elas dependem em grande parte de como os aspectos legais, tecnológicos e éticos dos deepfakes evoluem. A tecnologia encontrará uma maneira de detectar e regular efetivamente os deepfakes? A lei acompanhará o rápido avanço dessa tecnologia? Só o tempo dirá.
Tudo o que eu sei é que essa propaganda foi um verdadeiro bálsamo para a minha alma e me fez chorar como criança. Um grande brinde à tecnologia aliada ao melhor do ser humano: a criatividade!